A ciência da longevidade
5 Segredos para ter uma vida de 100 anos ou mais!
Desde que eu era criança, eu sempre fui curiosa sobre os segredos da longevidade e o que fez as pessoas viverem até os 100 anos de idade. Quero dizer, 100 é um tipo de número aleatório, mas de três dígitos! Isso é incrível – deve haver algum tipo de segredo. Visto que você costuma ouvir que os avós das pessoas morrem aos 70 ou 80 anos, eu fiquei totalmente intrigada com essas esticadas de longa vida.
Minha bisavó, que eu conhecia até os 19 anos de idade, viveu mais de 90 anos. Ela era muito pequena, magrinha, falava bobagens e dava boas gargalhadas.
À medida que envelheci, me tornei mais interessada em longevidade não porque eu realmente queria viver até 120, mas porque os tipos de pessoas que vivem até quase os 120 anos de idade são os que geralmente desfrutam de uma qualidade de vida sem precedentes ao longo de suas vidas.
As pessoas que cuidam bem de si mesmas para viverem até essa idade avançada e madura também sofrem de uma fração (ou de nenhuma fração) dos problemas de saúde que assolam a maioria das pessoas nos dias de hoje.
Os cientistas estão estudando os “super-idosos” – pessoas de 90 e poucos anos que estão vivendo sem problemas físicos significativos ou de memória – para se concentrar nos tipos de hábitos saudáveis que podem nos manter vivendo por mais tempo e melhor.
Com a expectativa de vida aumentando – as pessoas com mais de 85 anos nos EUA devem triplicar para 14,6 milhões em 2040 – os pesquisadores querem descobrir como podemos aumentar nosso tempo de saúde, ou a quantidade de tempo em que viveremos em boa saúde.
Muito brevemente, o número de pessoas que vivem depois dos 90 anos será enorme. Precisamos saber muito rápido como podemos ajudar essas pessoas a viverem com muita saúde.
Algumas pessoas ganham a loteria genética e naturalmente viverão melhor por mais tempo, mas especialistas dizem que nossos genes respondem por apenas 20% a 30% de nossa longevidade. Isso significa que podemos influenciar e afetar a maioria do nosso envelhecimento – cerca de 70% a 80% – por meio do estilo de vida escolhido.
Então, exatamente quais hábitos são mais importantes? Embora não haja um plano, os estudos podem oferecer algumas pistas. Não é de surpreender que a alimentação saudável e o exercício físico tenham um papel importante na forma como envelhecemos. Mas estão longe de ser as únicas coisas envolvidas.
Aqui está o que os pesquisadores descobriram.
1 – Cuide da sua saúde
Cuidar da sua saúde física pode ajudar a sua saúde cognitiva. Veja alguns exemplos:
- Obtenha exames de saúde recomendados;
- Gerencie problemas crônicos de saúde, como diabetes, pressão alta, depressão e colesterol alto;
- Consulte o seu médico sobre os remédios que você toma e possíveis efeitos colaterais na memória, sono e função cerebral;
- Reduza o risco de lesões cerebrais decorrentes de quedas e outros acidentes;
- Limitar o uso de álcool (alguns medicamentos podem ser perigosos quando misturados ao álcool);
- Pare de fumar, se você fuma;
- Durma o suficiente, geralmente 7-8 horas por noite;
2 – Coma alimentos saudáveis
Uma dieta saudável pode ajudar a reduzir o risco de muitas doenças crônicas, como doenças cardíacas ou diabetes. Você é o que você come. Os alimentos são a matéria prima que o seu corpo precisa para manter-se ativo.
Em geral, uma dieta saudável consiste em frutas e legumes; grãos integrais; carnes magras, peixe e aves; e produtos lácteos com baixo teor de gordura ou sem gordura. Você também deve limitar gorduras sólidas, açúcar e sal. Certifique-se de controlar o tamanho das porções e beber bastante água e outros líquidos.
Os pesquisadores estão analisando se uma dieta saudável pode ajudar a preservar a função cognitiva ou reduzir o risco de Alzheimer. Por exemplo, há algumas evidências de que as pessoas que comem uma “dieta mediterrânea” têm um risco menor de desenvolver um comprometimento cognitivo leve
3 – Seja fisicamente ativo
Ser fisicamente ativo – através de exercícios regulares, tarefas domésticas ou outras atividades – traz muitos benefícios, observe:
- Mantém e melhora sua força;
- Garante mais energia;
- Melhora seu equilíbrio;
- Previne ou atrasa doenças cardíacas, diabetes e outras doenças;
- Aumenta seu humor e reduz a depressão.
Estudos relacionam a atividade física contínua com benefícios para o cérebro também. Em um estudo dirigido, cientistas concluíram que o exercício estimulou a capacidade do cérebro humano de manter conexões de rede antigas e fazer novas que são vitais para a saúde cognitiva. Outros estudos mostraram que o exercício aumentou o tamanho de uma estrutura cerebral importante para a memória e a aprendizagem, incrementando a memória espacial.
Andar é um bom começo. Você também pode participar de programas que ensinam a se mover com segurança e evitar quedas, o que pode levar ao cérebro e a outras lesões. Verifique com seu médico se você não está ativo e deseja iniciar um programa de exercícios vigorosos.
4 – Permaneça conectado
Conectar-se com outras pessoas por meio de atividades sociais e programas comunitários pode manter seu cérebro ativo e ajudá-lo a se sentir menos isolado e mais envolvido com o mundo ao seu redor. Participar de atividades sociais pode diminuir o risco de alguns problemas de saúde e melhorar o bem-estar e a autoestima.
5 – Mantenha sua mente ativa
Estar intelectualmente envolvido pode beneficiar o cérebro. Aprender novas habilidades também pode melhorar sua capacidade de raciocínio.
Muitas atividades podem manter sua mente ativa. Por exemplo, leia livros e revistas, faça ginástica cerebral.
Os cientistas entendem que tais atividades podem proteger o cérebro estabelecendo uma “reserva cognitiva”. Eles podem ajudar o cérebro a se tornar mais adaptável em algumas funções mentais para compensar mudanças cerebrais relacionadas à idade e condições de saúde que afetam o cérebro.
Flávia Valadares – Neurocientista e Psicopedagoga da Escola PraticaMente