Como o cérebro consegue formar novas conexões

A ciência da plasticidade cerebral é o estudo de um processo físico. A matéria cinzenta pode “encolher” ou “engrossar”; conexões neurais podem ser forjadas e refinadas ou enfraquecidas e separadas. Mudanças no cérebro físico se manifestam como mudanças em nossas habilidades. Por exemplo, toda vez que aprendemos um novo passo de dança, isso se reflete em uma mudança em nossos cérebros físicos: novos “fios” (caminhos neurais) que dão as instruções ao nosso corpo sobre como executar o passo.

Cada vez que nos esquecemos do nome de alguém, isso também se reflete em uma mudança do cérebro – “fios” que, uma vez conectados à memória, foram degradados ou até mesmo “cortados”. Como esses exemplos mostram, mudanças no cérebro podem resultar em melhores habilidades (um novo passo de dança) ou um enfraquecimento de habilidades (um nome esquecido). Já parou pra pensar que os seus fios podem ser engrossados? E se existisse uma escola onde você pudesse melhorar o desempenho do cérebro, enrijecer seus “fios”, deixá-los fortes, brilhantes e mais saudáveis? Então, essa escola existe! Venha treinar a sua mente na Escola PraticaMente!

NEUROPLASTICIDADE MARAVILHOSA

Acredita-se que o cérebro humano contém mais de 100 bilhões de neurônios interconectados por mais de 1 trilhão de sinapses (os pontos de contato entre os neurônios que transferem e armazenam informações). Nas últimas décadas, tem sido demonstrado que um mecanismo-chave pelo qual estabelecemos novas memórias é estabelecido por meio da “plasticidade sináptica”.

Mudanças ocorrem na fiação do cérebro, como já mencionei, modificando a força das conexões entre os neurônios. Essa forma de neuroplasticidade pode envolver a adição ou remoção de novas sinapses. Quando você se lembrar de qualquer coisa que tenha lido neste artigo, poderá ter armazenado essas novas informações em seu cérebro por meio da formação de novas conexões entre subconjuntos específicos de neurônios.

Outra forma de neuroplasticidade é conhecida atualmente nos cérebros de humanos e outros mamíferos como “neurogênese adulta”. Pensou-se durante a maior parte do século XX que novos neurônios não poderiam nascer no cérebro adulto de mamíferos, como os humanos. Mas parte da revolução científica da pesquisa do cérebro nas últimas décadas tem se dado pela percepção de que existem regiões específicas dentro do cérebro onde os neurônios podem nascer ao longo da vida.

Essa neuroplasticidade dá ao cérebro outra de suas muitas características únicas, o fato de que ele nunca deixa de se desenvolver. De fato, a formação de novos neurônios e sinapses no cérebro adulto constitui-se num processo de “microdesenvolvimento”, que forma uma linha contínua ao longo da vida, comparado ao “macrodesenvolvimento” dos períodos embrionário e pós-natal.

CRESCIMENTO COGNITIVO X DECLÍNIO COGNITIVO

Muitas vezes, as pessoas pensam na infância e na idade adulta como um período de crescimento do cérebro – o jovem aprende constantemente coisas novas, embarca em novas aventuras, mostra um espírito explorador e inquisitivo. Por outro lado, a idade adulta mais avançada (após os 25 anos de idade) é frequentemente vista como um período de declínio cognitivo, com pessoas se tornando mais esquecidas e menos inclinadas a buscar novas experiências.

Mas o que as pesquisas recentes mostraram é que, sob certas circunstâncias, o poder da plasticidade cerebral pode ajudar as mentes adultas a crescer. Embora certas “máquinas cerebrais” tendam a diminuir sua atividade com a idade, há passos que as pessoas podem dar para aproveitar a plasticidade e revigorar essa maquinaria.

Nós apenas temos que manter nossos cérebros em forma com uma série de exercícios direcionados para impulsionar a plasticidade cerebral. Da mesma forma, pessoas que sofrem de uma variedade de condições cognitivas podem reciclar seus cérebros para um funcionamento mais saudável. O segredo e o desafio estão em identificar quais mecanismos cerebrais usar e como exercê-los efetivamente.

NEUROPLASTICIDADE E OS SENTIDOS

Uma das descobertas importantes da pesquisa recente sobre neuroplasticidade é a de quão próximos nossos sentidos estão conectados à memória e à cognição. À medida que envelhecemos, nos tornamos mais esquecidos e distraídos, em grande parte porque nosso cérebro não processa o que ouvimos, vemos e sentimos de forma tão eficiente quanto antes. O resultado é que não podemos armazenar imagens de nossas experiências com clareza e, portanto, temos problemas para usá-las e lembrá-las mais tarde.

EXERCÍCIOS DE PLASTICIDADE CEREBRAL

A plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro de mudar – física, funcional e quimicamente – ao longo da vida. É também a base dos nossos exercícios de treinamento cerebral comprovados. Nós, da Escola PraticaMente, realizamos um tratamento não invasivo!

Uma das características mais atraentes das terapias baseadas em plasticidade é que elas são livres de medicamentos. Nossa metodologia vai treinar o seu cérebro por meio de atividades inovadoras e desafiantes. Certamente, existem condições que exigem medicamentos e, graças à ciência, há incríveis avanços no fornecimento desses. Mas em uma era na qual as pessoas tomam cada vez mais medicamentos, com mais e mais efeitos colaterais e interações, é emocionante e recompensador pensar que o próximo grande avanço na saúde possa vir de uma fonte menos invasiva: exercícios para o seu cérebro.

Nossos programas aproveitam a plasticidade inerente do cérebro – sua remodelação contínua ao longo da vida – e o direcionam de forma a melhorar seu desempenho geral. Dado que o cérebro é a máquina mais complexa do mundo, essa não é uma tarefa simples. Por isso, buscamos e estabelecemos uma sólida base científica com instrumentos e estudos de mais de 50 cientistas de variadas matizes das principais universidades no mundo. Todo esse arcabouço teórico permite que nossos programas trabalhem em vários níveis, a fim de impulsionar o seu cérebro a mudar de maneira que contribua para um melhor funcionamento – e, em última análise, gerar melhor qualidade de vida em todas as suas fases.

Flávia Valadares – Neurocientista e Psicopedagoga da Escola PraticaMente

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