Novas descobertas mostram: a redução de sinapses antigas é essencial para saúde mental
Pense no seu cérebro como um jardim. Isso pode parecer um pouco exagerado e admitimos que essa comparação é florida, mas chega muito perto da realidade. Assim como em um jardim esplêndido, inúmeras conexões crescem em seu cérebro durante a atividade cognitiva. Essas conexões são as pontes de nossas células cerebrais e permitem a transferência de informações.
Neste jardim, também existem “jardineiros”, que garantem que o nosso cérebro não se torne a selva do Amazonas: as células Glial. Essas células microgliais “cortam” as sinapses antigas não utilizadas e, assim, abrem espaço para conexões novas e fortes. Esse processo mantém nossos cérebros limpos, estruturados e nítidos, com espaço para novos desenvolvimentos, assim como o bom e velho jardim inglês.
É assim que você fica com a cabeça “limpa”, “ podada”.
Certifique-se de que as células da glia possam “cortar” a selva de conexões antigas e deem espaço para as produtivas. Isso significa dormir o suficiente, que é o momento em que as tais células microgliais se tornam ativas e realizam o trabalho de limpeza, para que possamos acordar no dia seguinte com a cabeça clara e aprendizados estruturados.
O mesmo princípio se aplica ao contrário: se você não dormir o suficiente, seu cérebro não será “limpo” e se tornará cada vez menos eficiente, apesar de todos os esforços para se manter alerta. Isso significa – voltando à metáfora do jardim – uma caminhada por uma densa floresta leva muito mais tempo e esforço do que uma caminhada por um parque cuidadosamente cuidado.
Flávia Valadares – Neurocientista Fundadora da Escola PraticaMente